(google)
Durante vários dias ainda pensei em deixar de te amar. Mas por pouco tempo. Até que nos voltássemos a encontrar. A tua beleza é um crime: mata-me, para que volte a renascer na tua pele de flanela. Quero-te, para que te suicides comigo, de corda ao pescoço, a dez centímetros do chão, para que sintamos a morte ao milímetro, para que percebamos que o desamor nasce de pequenos descuidos. Um dia a mais sem ti, quem seríamos afinal. Um pouco menos, um pouco nada.
Se eu conseguisse, fugia-te. Para longe. Para me encontrar. Perto de ti só me perco. Um mapa do avesso só nos pode guiar em sentidos opostos. Como a minha boca no teu s3x0. Que coisa terrível, um prazer de pantanas. Podia odiar-te, amando-te. Ou simplesmente odiar amar-te. Quando estou perto de ti só quero estar longe. E quando estou longe, quero-te bem perto. De que mais somos feitos que não de irremediáveis paradoxos. Até mais, o que seria da morte sem a vida. Pior ainda, o que seria de mim sem ti. Primeiro esqueço-te para depois te lembrar.
Às vezes apetece-me morrer, por uns dias, dar-me como morto, só para saber de que forma seria eu relembrado. Ainda nos é possível distinguir o que está vivo do que está morto. Mas é-nos inteiramente desconhecida a diferença entre nos sentirmos, ou não, vivos. Há alturas na vida em que sinto que o amor vai ser a causa da minha morte.
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